Apostila para Formação - Ordem do Carmo

                                                



 APOSTILA DE FORMAÇÃO REIGIOSA

 ORDEM DO CARMO 


TÓPICO 1 - ORIGEM DO CARMELO 

A Ordem Carmelitana teve sua origem no Monte Carmelo, na Palestina, que se eleva entre os confins da Galileia e Samaria.

O Monte Carmelo foi, com o correr dos tempos, o cenário de interessantes dramas humanos. Ali viveu Elias, o profeta, saboreando a presença divina e, ao levantar-se como uma chama de zelo, marcou a história de Israel.


Os carmelitas surgiram dos cruzados estabelecidos no Monte Carmelo da Galiléia no século XII. Ali estão no início do século seguinte “ao exemplo e imitação do santo e solitário homem Profeta Elias, junto à fonte que de Elias leva o nome, em cubículos como colméias, onde como abelhas colhiam o mel divino da doçura espiritual” (Jacques de Vitry, Historia Orientalis, c. LII). Tanto na época como depois, os carmelitas nunca deram a alguém em particular o título de fundador, permanecendo fiéis ao modelo de Elias, ligado ao Monte Carmelo pelo episódio narrado em 1Rs 18, 20-45 (sacrifício e nuvenzinha) e pela tradição patrística greco-latina. Construíram uma capela e a dedicaram a Maria, Mãe de Jesus. Isto fez com que surgisse neles o sentimento de pertença a Nossa Senhora como Senhora do Lugar. Dela tomaram o nome e a ela deram os atributos dados ao fundador e padroeiro. Em seguida o elemento mariano foi enriquecido. A “forma de vida” – de acordo com o “propositum” manifestado pelos eremitas – foi dada num ano não sabido entre 1206 e 1214 pelo patriarca de Jerusalém Santo Alberto. Ele, porém, residia em São João de Acre. Antes de ir para a Terra Santa, tinha sido bispo de Vercelli. Parece que, por causa das conhecidas restrições do IV Concílio do Latrão, se julgou oportuno também pedir a confirmação pontifícia. Esta foi concedida pelo Papa Honório III em 30 de janeiro de 1226.


Depois foi confirmada mais vezes até se tornar verdadeiramente uma própria regra. Os Papas conduziram a Ordem do Carmo em direção ao movimento dos Mendicantes, quando foi necessária a transferência para o Ocidente por causa de instável situação política na Palestina. O Papa Inocêncio IV, servindo-se de dois dominicanos, adaptou a regra (a pedido de um capítulo geral da Ordem) e a confirmou definitivamente no dia 1º de outubro de 1247. A Ordem foi erradicada da Terra Santa com a caída do reino latino (1291). Os conventos existentes na Palestina: do Monte Carmelo, de São João de Acre e de Tiro desapareceram. No entanto permaneceram com o título de Província da Terra Santa os conventos da ilha de Chipre até 1571. No final do século XIII a Ordem se tinha estendido pela Europa. Contava com cerca de 150 casas, agrupadas em 12 províncias. Sofreu dificuldades internas de adaptação. Nicolau Gálico, que foi prior geral depois da metade do século, tentou reconduzir os carmelitas à vida puramente eremítica. Neste sentido, é célebre a sua Ignea Sagitta de 1270-71. Mas também houve dificuldades externas devido ao ambiente contrário aos Mendicantes e à decisão do II Concílio de Lyon (1274) de tolerar os carmelitas até nova decisão. O Papa Honório IV os confirmou na prática, e pouco depois foram confirmados de direito pelos papas Bonifácio VIII (05/05/1298) e João XXII (13/03/1317 e 21/11/1326). Esta última data assinala a extensão aos Carmelitas da bula Super cathedam, já concedida aos franciscanos e dominicanos. A história da Ordem se articula na obra de mais ou menos 130 capítulos gerais (o número não é de todo seguro devido às incompletas informações relativas ao século XIII) e de mais de 90 entre priores gerais e vigários gerais apostólicos. Nos século XIV e XV a Ordem seguiu nas grandes linhas as vicissitudes das outras Ordens Mendicantes: o florescimento dos estudos, o enfraquecimento do espírito religioso causado pelas calamidades em geral (peste negra[2] (1347-1350), cisma do Ocidente, “claustralidade”). O esforço de restauração através dos santos e dos movimentos de “observância” mais ou menos vastos. Em relação aos estudos, quando os carmelitas apareceram na Europa as várias escolas já estavam formadas. Foram bastante ecléticos e não tiveram até o século XIV prescrições precisas da cúpula da Ordem. Recordamos os nomes de Gerardo de Bolonha (1240-1317), que foi o primeiro mestre parisiense da Ordem e prior geral (1297-1317); Roberto Walsingham (+ após 1312): Guido Terreni (1270 – 21.8.1342), prior general (1318-21), depois bispo de Maiorca (1321-32) e Elne (1332-42); Siberto di Beka (1260/70-1322?), o primeiro grande liturgista da Ordem; João Baconthorp (1290?-1348) que interpretou Averróis; Osberto Anglico; Paulo de Perugia (+1344+); Miguel Aiguani (1320+-1400) exegeta, prior general (1380-6); Francisco de Bacon (+1372?); João Brammart (+1407), cofundador da universidade de Colônia; Francisco Martí; Tomás Netter ou Walden (+1431), conselheiro, pregador e confessor de Henrique IV, V, e VI da Inglaterra, por Martinho V foi chamado de «validus ensis Ecclesiae» por causa de seus escritos contra Wicliff (Doctrinale antiquitatum fidei Ecclesiae catholicae, 3 vol.).


O fundador da Ordem :


Elias foi um importante profeta do século IX a.C., do reino de Israel, que defendia o culto de Deus durante o reinado de Acab, onde se adorava o deus Baal, que era considerado um culto idólatra.

Depois de denunciar Baal e os seus falsos profetas no monte Carmelo, ao fazer descer fogo sobre um sacrifício, Elias teve de fugir ao rei Acab, passando a viver numa gruta no deserto, onde seria alimentado por um corvo enviado por Deus que lhe trazia pão.

A ligação íntima entre Deus e Elias se manifestou por diversas vezes. De Elias se diz ter sido o primeiro homem a ressuscitar outro homem (uma criança que tinha morrido à fome), entre outros milagres realizados, como fazer chover depois de três anos de seca e controlar as correntes do rio Jordão. Todos estes episódios valeriam mais tarde as comparações de Jesus Cristo e de São João Batista a Santo Elias.

Elias não terá sequer morrido. Enquanto caminhava com Eliseu, Elias terá sido levado para os céus numa carruagem de fogo puxada por cavalos de fogo, deixando Eliseu como o seu sucessor.


A história do Escapulário de Nossa Senhora do Carmo: 


O nome “escapulário” tem origem no latim “scapula”, que quer dizer armadura ou proteção, se referindo também à escápula, osso localizado na região dos ombros e acima do tórax humano. Sua história tem ligação com a Ordem dos Carmelitas e, principalmente, com Simão Stock, homem de fé e grande devoto de Nossa Senhora.


Em 1251, ele orava pedindo um sinal de proteção à santa. Eis que foi atendido, recebendo dela um escapulário com a promessa de proteção: “Recebe, filho amado, este escapulário. Todo o que com ele morrer, não padecerá a perdição no fogo eterno. Ele é sinal de salvação, defesa nos perigos, aliança de paz e pacto sempiterno”.

Por isso, na época, escapulário era um avental usado pelos monges durante o trabalho, com o objetivo de não sujar a túnica. Colocado-se, assim. sobre os ombros, é uma peça que, ainda hoje, todo carmelita usa. Todavia, com o tempo, adaptou-se para o que conhecemos: duas imagens unidas através de um cordão, que pode ser de pano, barbante, aço, ou qualquer outro tipo de material.

O escapulário é um símbolo da religião cristã católica. Por isso, não deve ser usado como um simples acessório. Há de se ter consciência de que é muito mais que isso, envolvendo proteção e resignação da fé perante Nossa Senhora e Jesus Cristo.

Sendo assim, as imagens mais comuns em um escapulário são as de Nossa Senhora e do Sagrado Coração de Jesus, além de Nossa Senhora do Carmo, que também faz parte da história de origem do objeto.

TÓPICO 2 - O CARISMA DO CARMELO 

O PRINCIPAL OBJETIVO DA ORDEM DO CARMELO É AMAR A DEUS E VIVER NA PRESENÇA DELE. A ESTE OBJETIVO CONDUZEM O SILÊNCIO, A SOLIDÃO, O RETIRO E O AFASTAMENTO DAS COISAS MUNDANAS, A ORAÇÃO CONTÍNUA E A MEDITAÇÃO DAS VERDADES ETERNAS.” (Constituições Ecarm)

Oração, Fraternidade e Serviço


O Carmelo centra-se em Jesus Cristo, a quem nós seguimos e nos empenhamos em servir. Os grandes modelos da nossa forma de vida são a Virgem Maria e o profeta Elias. Com eles temos também a inspiração dos grandes santos do Carmelo: Santa Teresa de Jesus, São João da Cruz, Santa Maria Madalena de Pazzi, Santa Teresinha do Menino Jesus, o Beato Tito Brandsma e muitos outros. O valor central do carisma carmelita é a contemplação entendida como uma íntima relação com Deus em Jesus Cristo, que transborda numa vida de oração e fraternidade, na qual procuramos servir o nosso próximo conforme os nossos dons particulares e a nossa vocação. A contemplação não é somente algo para alguns cristãos; todos somos chamados a ser íntimos amigos de Deus e a nossa amizade com Deus produzirá efeitos notáveis na vida quotidiana. 

Não podemos amar a Deus, a quem não vemos, se não amamos o nosso próximo, que vemos (1 Jo. 4, 20). Por isso os Carmelitas exprimem o seu amor a Deus em qualquer tipo de serviço ao seu próximo e procuram seriamente viver em harmonia com os seus irmãos e irmãs. A Família Carmelita compreende religiosos e religiosas que se dedicam ao apostolado e vivem em comunidade, monjas de clausura que vivem a sua vocação em comunidade de vida, de oração e de sacrifício pelo bem do mundo, eremitas e muitos leigos que vivem em famílias ou sozinhos. Tentamos viver os valores da oração, da fraternidade e do serviço, conforme a nossa vocação particular.

Quando iniciamos seriamente uma relação com Jesus Cristo, esta nos levará a um processo de transformação. Gradualmente, mudará o modo como percebemos a realidade e vivemos no mundo. As vezes, esta mudança pode ser dolorosa, porque nos vemos realmente como somos, não como pensamos que somos, mas este sofrimento transformar-se-á em alegria, quando, pouco a pouco, nos convertermos naquilo que Deus sabe que podemos ser.


A Virgem Maria e o profeta Elias


Todos nós Carmelitas encontramos na Virgem Maria a nossa Mãe e Irmã, que nos acompanha ao longo de toda a vida e continuamente nos mostra, com o seu exemplo, como conservar tudo o que nos acontece, de modo que possamos discernir a presença e a ação de Deus na nossa vida (cfr. Lc. 2, 19). Ela teve e tem a mais íntima relação com Jesus e anima-nos a estar junto d’Ele e a fazer tudo o que Ele manda (Jo. 2, 5). Ela é o modelo da bem aventurança “felizes os puros de coração”, e ensina-nos a reconhecer as nossas motivações e a pô-las de acordo com os valores do Evangelho.


Também o profeta Elias, uma das grandes figuras do Antigo Testamento, é, na sua experiência de Deus e na sua atividade profética, uma inspiração para todos os Carmelitas; no monte Horeb encontrou a Deus no silêncio (1 Re. 19, 12), em Israel denunciou a injustiça e demonstrou o vazio da idolatria. Os Carmelitas procuram a presença de Deus neles mesmos e ajudam outros a descobrir esta mesma presença na própria vida e assim a fugir das redes dos numerosos ídolos modernos que escravizam o coração do homem.


O futuro


O novo milênio orienta as nossas mentes para o futuro e para os desafios que enfrentaremos. Os Carmelitas continuarão a servir a Igreja e o mundo com vários tipos de apostolado. A fonte de toda a atividade deve ser o resultado de uma relação viva com Jesus Cristo, que se mostra no desejo de servir o povo de Deus.

Nossa Senhora do Carmo nos guie para a montanha santa, que é Cristo Senhor, porque só nEle encontraremos a nossa verdadeira felicidade. Desejo que todos os membros da Família Carmelita sejam fiéis ao carisma que Deus nos deu para o serviço da Igreja e do mundo.


Celebrações Carmelitas:


Assim como existe a diversidade em todas as ordens ou institutos, é vista uma certa diferença até mesmo entre a prática de celebrações impostas pelos ritos, aliás, a igreja também possui seus rito com demais diferenças. Entretanto, por via da grande quantidade de Santor carmelitas e festejos demasiados na ordem, não seria cabível tudo no missal Romano, mas através de uma promulgação adicional para um missal incluso no Romano em especifico para cada data. Contudo, o missal só tem o objetivo de colocar uma liturgia em memória ou festas dos santos membros da Ordem e seus respectivos níveis de festejo, a depender de cada um em suas influências.


O carisma carmelita no minecraft:


O Carmelo na realidade presente no minecraft, tem o objetivo de difundir inúmeros ensinamentos referentes ao carisma da Ordem e seus demais Santos, que com seus exemplos de fé e vida nos faz espalhar e nos convida à repassar de forma ampla estas vivências espirituais vividas por cada um. Esta diversidade de santos, nos evidencia sobre uma missão grandiosa que suscita um conhecimento maior sobre a Ordem, seus membros e a grande devoção mariana propagada pela O.Carm através da Virgem Maria, grandioso exemplo de figura sacerdotal, maternal e doação à Deus. Através disso, sabe-se o quão a Virgem Maria contém sua importância perante toda a Igreja. De certa forma, não podemos abandonar ou deixar de praticar certos ensinamentos e vivências tão importantes em sinal de descarte. A Ordem Carmelitana possui sua identificação através do uso do Hábito que veremos nos demais tópicos presentes e referentes ao carisma carmelita.

TÓPICO 3 - VESTES RELIGIOSAS DA O.CARM

Postulante:


Assim que um postulante assume seu compromisso com a entrada na Ordem, é necessária a utilização de vestes próprias para tal missão e identificação sobre o título ou situação encontrada pelo mesmo na ordem. Através disso, o postulante começa a utilizar seu hábito sem o Escapulário, a capa ou qualquer outro assessório. 


Portanto, o postulante usará a veste até terminar a formação e estar definivamente apto para se tornar Frei-Noviço em sua formação, já na preparação para receber o escapulário Carmelita.


Frei-Noviço:


Após ser formado, o então novo Frei-Noviço começa seu processo de iniciação para abraçar o carisma carmelita com o uso da veste religiosa em seu cotidiano e também, contribuindo com eventos na Ordem.


Para o Frei-Noviço, a utilização da capa é permitida e o mesmo utiliza um hábito mais escuro e ainda sem o uso do escapulário cujo mesmo só é entregue aos devidos freis.


Freis Carmelitas: 

O Frei carmelita assim que receber seu escapulário, é oficialmente admitido à família carmelita e passa a utilizar a sigla do Carmelo (O.Carm) em sua assinatura, juntamente com a utilização do Hábito de forma cotidiana e obrigatória.


Na veste do mesmo já é existente a presença do escapulário e a capa, tendo assim, a veste completa, juntamente com os compromissos religiosos fazendo total contribuição nos eventos e demais atividades da mesma.

TÓPICO 4 - RELAÇÃO INTERNA NA ORDEM

O comportamento na Ordem: 

É notório que em toda a nossa vida devemos respeito e obediência a demais tipos de pessoas em uma sociedade, que através de seus encargos e missões, suscitam está espécie de respeito. Em nossa realidade da igreja, vemos que este dever do respeito e comportamento se torna muito significativo. Nas ordens não são diferentes, e faz com que esta ação de classe seja omitida aos superiores e quaisquer outros encardinados em seus demais encargos e consagrações aos serviços. Com isso, sabe-se que neste meio religioso, o respeito é de suma importância para uma perfeita comunhão com seus irmãos para um maior êxito no concluimento de suas missões seladas no compromisso confiado através do próprio carisma da Ordem. Portanto, que o respeito,compromisso e ética possa triunfar sempre sobre as relações dos membros e que sejam descartados os mals comportamentos, palavras chulas e atitudes desrespeitosas que são reprimidas em quaisquer lugares ocupados pela glória da igreja.

O compromisso:


Se torna evidente a forma como que a missão religiosa suscita uma doação significativa perante todas as ações de um religioso. Não somente em uma ordem como em uma igreja particular, sabe-se a importância do compromisso destacado pela prática nas celebrações e participações em demais eventos remetidos à todos os membros da Ordem, que apartir da tomada de consciência sobre sua missão, deve praticá-la e nunca perdê-la, sendo que todo o carisma necessita de uma prática maior, para que se torne amplo e eficiente quando se ressoa estas convicções sobre cada instituto de Vida Consagrada e Sociedades Apostólicas.


+ Mons. Frei-Noviço Felipe José 



    Superior geral da Ordem Carmelita


  





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